Há sempre muitas lareiras solitárias — sim,
e quantas! E os que se assentam junto delas,
ao lado da cadeira vazia, não podem conter
as lágrimas que lhes brotam. Há pessoas que
estão sempre tão sozinhas. Mas há um Ser
invisível ali mesmo ao seu alcance. É que, por
alguma razão, não tomamos consciência da
Sua presença.
Ter consciência desse fato é uma bênção,
mas é raro. Pertence à disposição, aos
sentimentos. Depende das condições do
tempo e das condições físicas. A chuva, a
neblina lá fora, a noite mal dormida, a dor
penetrante, estas coisas influem tanto em
nossa disposição, que parecem obscurecer
completamente aquela percepção.
Mas há algo um pouco mais elevado do que
ter consciência. É ainda mais maravilhoso. É
independente de todas essas condições
exteriores, e é algo que permanece. E é isto:
o reconhecimento pela fé, daquela Presença
invisível, tão maravilhosa e tranquilizadora,
que suaviza, acalma e aquece.
Reconheça a presença dEle, do Mestre. Ele
está aqui, bem perto; Sua presença é real.
Reconhecer este fato nos ajudará a ter
consciência dele também, mas o
reconhecimento pela fé não depende de se
ter ou não consciência dele.
Pois a própria verdade é uma Presença, não
uma coisa ou mera afirmação. Alguém está
presente: um Amigo que nos quer bem, um
Senhor todo-poderoso. E isto é uma
confortante mensagem para os corações que
choram, qualquer que seja a razão das
lágrimas.
Mananciais no Deserto (06/09) S. D. Gordon
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